Amor sozinho!

Planície de altitude, ar rarefeito!

Uma águia voa alto e sobre tudo, 

 o vento frio corta e rasga o meu peito,

 o riacho congela e fica mudo.

Nas montanhas nevadas, ao luar,

o uivo do lobo representa a dor que eu sinto

e a lua cheia  pairando sobre o mar,

desafia os  dragões do meu instinto.

Despertando esse vulcão extinto,

derramando luz e fogo sobre a neve,
o meu amor percorre  um  labirinto,
onde eu te encontro em um momento breve.

Calor do fogo, bate o coração,
a minha pele arrepia de desejo,
neste momento tão raro e de paixão
em teu abraço eu me aqueço e me protejo.

Nem mesmo a lua cheia se atreve,
até estrelas desviam seu caminho,
quando o desejo e a tua mão escreve,
a trajetória deste amor sozinho.

PS: Quando é verão e faz calor de vulcão, há neve em meus pensamentos, quando é inverno e faz frio, há fogo em meu coração.

Fogos de artifício

Na imensidão da noite eu caminho sozinha,

em meio à escuridão, na terra de gigantes,

e um batalhão de estrelas, o esquadrão da rainha,

me escoltam em silêncio, na rua, nesse instante.

Num lago de água doce, cercado de mistério,

no círculo de pedras da imaginação,

destaca-se o perfil de um velho monastério,
onde ficou guardado o nosso coração...

Enquanto o mar explode nas rochas de basalto,

eu piso distraída na boca  de um vulcão,

e quando eu te escuto, meu coração dá um salto,

e eu caminho sem medo  em tua direção

Você é como o sol, que queima e incendeia,
você é como a lava, depois da explosão,
eu sou apenas sonho, o canto da sereia,
um pouco de ternura, talvez de sedução.

Eu entrego meu corpo no altar do sacrifício,
por um um minuto só, perdida em teu abraço,
eu explodo no ar, sou fogos de artifício,
que incendeia teus olhos  e se desfaz no espaço...

PS: Sentindo uma imensa saudade, eu vim me encontrar com você, no céu, que é

um lugar seguro.