quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Passageira



Entre estrelas, entre nuvens escondida,
caminhando como sombra nas areias,
eu me refaço, mesmo quando dividida,
eu ouço quando o sangue ferve em minha veias.

Eu sou o mundo entre mundos paralelos,
o vento forte que precede o vendaval,
eu tenho estrelas na sola dos meus chinelos,
eu sou tristeza e ao mesmo tempo carnaval

Estou  cruzando um cenário de arena,
onde lutam,  os que não querem morrer,
e os que buscam proteção na quarentena,
mas que não sabem se parar ou se correr.

É um pesadelo, é um medo que angustia,
é uma prisão, sem carcereiros ou muralhas,
sou como todos, uma refém da pandemia,
convocada para lutar uma batalha.

Sou passageira, como as nuvens que se vão,
eu tenho medo, mas também sou destemida,
sou uma filha da esperança e da paixão,
sutil e frágil, infinita, como a vida.

PS: Passageira, em meu idioma, significa algo que passa rápido, mas também significa uma mulher transportada por algum veículo. Eu estou sendo transportada pela emoção, e o meu destino final é você.


sábado, 18 de dezembro de 2021

Saudade!

  


É bem maior do que toda a Amazônia,
é como um caco de vidro no meu pé,
ela a causa maior de minha insônia,
é mais amarga do que a vida e o café.

Ela é um efeito deletério da paixão,
ela é a prova da minha impotência,
ela é maior do que a minha solidão,
ela é  infinita como a dor da tua ausência...

Ela é a tábua de esperança em que me agarro,
enquanto eu vago, perdida no oceano,
é a queimadura da ponta do cigarro,
ela é a nota mais triste do piano.

Ela é cruel como a louca divindade,
que me rasga, todo o dia, o coração,
essa malvada  tem o nome de saudade,
e a saudade não possui tradução...

PS: A saudade é um sentimento que não tem tradução em qualquer outro idioma, mas eu tento algumas definições: saudade é a dor da  ausência. 

domingo, 5 de dezembro de 2021

Banhos de chuva!

 

Em uma noite chuvosa
o mundo parece pequeno,
minha alma  é tão poderosa,
o meu coração é tão pleno.

As árvores silenciosas,
nos canteiros do jardim,
curvam-se, preguiçosas,
nos tapetes de capim.

A minha alma anda nua,
quieta, sem culpa nenhuma,
e o meu corpo flutua.
com a leveza da pluma

Há música no telhado,
a chuva canta, feliz,
e ela  manda o recado,
daquilo que a noite  diz.

A noite, fria e molhada,
pede o aconchego do abraço,
o amor da mulher amada,
na imensidão do espaço.


PS: Está chovendo! É uma maravilhosa chuva de primavera!
Eu tenho sentimentos antagônicos, quando chove.
 A única coisa que é bem definida, e a sensação da tua presença.
Quando chove na primavera, eu adoro tomar banho de chuva,
e a minha alma dança, enquanto a chuva escorre pela minha pele.