Tristeza de fim de domingo,
a noite densa e estrelada,
o sonho se esvai, pingo a pingo,
a alma se fecha, calada...
Meu coração é um abismo,
é um fogo que crepita,
o chão tremendo num sismo,
a voz que sussurra e grita...
Perdida na imensidão,
fugindo de um mundo insano,
sem medo da solidão,
sem rumo, sem nenhum plano.
Eu procuro nos espaços,
em mundos que desconheço,
o cheiro e o rastro dos passos,
de alguém que nunca me esqueço.
É uma força que me arrasta,
me transporta pelo espaço,
e se o mundo nos afasta,
o amor nos prende em abraços.
É um encontro de titãs,
o poder de uma explosão,
é o sol de cada manhã,
meu coração em sua mão...
É fogo, luz, turbilhão,
ocultos na noite quieta,
a vida escorrendo nos vãos
dos dedos das mãos do poeta.
PS: Fins de domingo são sempre melancólicos. Mas é uma melancolia potente, cheia de sentimentos
que se chocam e explodem, como na caldeira de um vulcão. No meio do turbilhão, está sempre a imagem de alguém que eu amo.
