sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

POEMA TRISTE



Esse poema o tempo escreveu sozinho,
sem pressa, passo a passo, dia a dia...
É o poema-silêncio das folhas que caem,
A negação maior da alegria...
Esse poema aqueceu-se ao calor da fogueira
de um acampamento solitário.
Amigo sideral! Amigo solidário!
Cheiro de resina, lenha, estalo, promessa...
As folhas secas caem, a realidade cessa.
Espanto!!! Cala-me a voz, banha-me o pranto...
O meu poema morreu ontem e nenhum passarinho cantou.
Silêncio absoluto, luto.
SILÊNCIO??? Não! Eu grito!
Ah! Volte poema fantasma!
Desejo, medo infinito - volte!
Mas qual! Poema morto não escuta!
Eu paro, eu perco a luta.
Minha energia se esvai!
O vento sopra, furioso, frio, forte,
E uma folha seca - eu - cai....

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

As palavras são como o tempo: não tem volta!

As palavras são como o tempo: não tem volta. Você não volta no tempo só porque se desculpou, assim como não cura os danos causados por palavras impensadas. Por isso eu uso economicamente as palavras quando elas são dirigidas a alguém. Só falo quando estou pronta para arcar com as consequências.
Tenho muitos questionamentos: quanto tempo uma pessoa dedicada, sincera e fiel suporta ouvir acusações injustas sem quebrar ou se rebelar?
Quanto tempo um alguém suporta viver sem um estímulo, um elogio, uma palavra amor?
Estou procurando uma resposta.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Nunca vou saber quem sou...

Gosto de música céltica, do Madredeus, de música antiga, de música triste, mas não sou triste. Apenas sintonizo o sofrimento alheio, sabedora que não estou só no universo adorando meu próprio umbigo. Mas não sou boazinha. Gosto de comida elaborada, de mesa sempre linda, de bons vinhos, de licores do mundo inteiro, mas adoro arroz com feijão e ovo e amo tomar café e mergulhar o bis no Amareto del Orso, tudo ao mesmo tempo.Agora descobri que o Limoncino, um licor italiano de limão também serve para mergulhar o bis. Tenho uma coleção de sapatos maravilhosos mas o que mais uso são sandálias (lindas sandálias) e (bons) tênis. Gosto de aventuras, de lugares poderosos. O Indu Kushi no Afeganistão, os campos de Lavanda na França, os costões de Ubatuba, mas me sinto muito feliz deitada no chão da sala vendo um bom filme. Gosto de reproduzir árvores nativas, de reflorestar, mas nada me dá mais prazer do que cultivar temperos na janela e orquídeas no jardim de inverno.

Sou muito orgulhosa e a coisa que mais prezo no mundo é o respeito. Mas muitas vezes peço desculpas, mesmo quando estou certa e fui magoada, porque sei que cultivar recentimento baixa a imunidade e dá cancer. Sempre deixo marcada minha posição, mas sempre estendo a mão...Não será diferente agora.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Você não precisa de muitas palavras para magoar...

Há pessoas que se expressam enfaticamente, com muitas palavras. Há pessoas mais econômicas. Bastam poucas sílabas e reticências...Com poucas letras se pode promover, reconhecer a dignidade, a generosidade ou condenar, excluir, magoar.... A gente não precisa de muitas palavras para fazer alguem chorar e se recolher, humilhada, ao seu jardim secreto...