segunda-feira, 25 de março de 2013

O tempo e a alma!


Enquanto o tempo vai seguindo em frente,
Como a inexorável lei da vida determina,
o corpo sofre um desgaste inclemente,
a vista encurta, a memória falha, a pele afina...

O espelho mostra, então, alguém desconhecido,
Num paradoxo que o saber não elimina,
Vê-se no espelho um olhar envelhecido,
Iluminado com uma alma de menina.

A alma permanece fresca e linda,
enquanto o corpo não resiste e envelhece.
O conflito se repete e nunca finda:
A alma guarda o que o corpo esquece...

E quando surge diante do olhar,
a inevitável  morte, que apavora,
enquanto o corpo insiste e quer ficar,
a alma, indiferente, vai embora...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Você já era meu amor, antes de ser...


Você já era o meu amor, antes de ser...
Antes  perdão, antes do pecado,
Antes de tudo que eu pudesse conhecer,
você me deu o teu  amor  iluminado.

Você  já estava  escrito, antes da palavra,
Antes da noite e do amanhecer,
Antes da rainha, antes da escrava,
Você já era meu  amor, antes de ser...

Você  já era  meu, antes de eu te ver,
Você já era  o meu amor, antes do desejo,
Você já estava  pronto, dentro do meu ser,
 E o teu  amor está em tudo o que eu  vejo...

Você já estava  projetado em meu destino,
E antes de eu  ser, eu fui prometida para você,
Eu amei  você  desde quando  era um menino,
Mas você já era meu, antes de ser....

terça-feira, 19 de março de 2013

Águia-pescadora





Eu sou apenas um pequeno barco a vela,
Navegando, à deriva, em um  mar de sensações,
Buscando respostas, desenhando em uma tela,
Retirando as águas sujas dos porões...

Eu sou apenas uma águia-pescadora,
Sobrevoando sobre a boca de um vulcão,
tentando resgatar, a minha alma sonhadora,
presa nas garras poderosas de um falcão

Eu sou somente um mulher perdida,
Na luz do teu olhar, no calor do teu sorriso.
Você  me ensina  amar a minha própria vida,
Você me dá tudo aquilo que eu preciso...

domingo, 10 de março de 2013

Aves migratórias


E assim vamos nós, eu e você,
 vivendo de pequenas felicidades,
conquistadas, a duras penas, todos os dias.
Todos os dias, nós mordemos a maçã e a serpente.
Todos os dias nós empunhamos a lança, com uma das mãos,
E com a outra mão, nós alimentamos o nosso dragão de estimação.
Aves migratórias,
 nós voamos,  guiados por uma desconhecida força do universo.
Nós não sabemos o porquê,
Nós não sabemos para onde,
Mas nós temos a  certeza, de  que estamos indo na direção certa,
Para o  destino certo.
Nós não medimos distâncias,
 nós  voamos sobre as fronteiras e abismos,
nós cruzamos oceanos,
nós enfrentamos as tempestades e o ventos.
Nada nós desorienta, nada nós detém.
Um dia, em algum lugar, nós estaremos juntos...
,

segunda-feira, 4 de março de 2013

Eu já não sei...

Eu já não sei, se eu sou a Eva ou a serpente,
Se eu sou a boca ou sou o beijo,
Se eu sou a mordida ou eu sou os dentes,
Se eu sou o amor ou o desejo...

Eu já não sei, se eu sou a vítima ou o açoite,
Se eu sou  mulher mundana ou inocente,
Se eu sou o dia ou eu sou a noite,
Se eu sou boa ou má, completamente...

Eu já não sei se me eu encontrei  ou me perdi,
Se eu sou o abismo ou o um lugar seguro,
Se eu fui embora ou eu fiquei aqui,
Se eu sou a luz ou eu sou somente o escuro...

Eu não sei se seu sou o luar ou eu sou a lua,
Mas tudo fica claro, de repente:
você é o meu amor e eu sou tua,
porque a minha alma  diz e o corpo sente....





sábado, 2 de março de 2013

Conteúdo

Cabe tudo, no meu peito!
Cabe toda a tristeza do mundo,
todos os sonhos desfeitos,
as terras secas que  inundo,
com as águas de um  rio perfeito...

Cabe tudo, em meu olhar,
um amor  vasto e profundo,
 as saudades que eu carrego,
toda a solidão do mar,
  a distância que  eu  renego,
e abismos que não tem fundo...

Cabe tudo, em meu abraço,
o desejo represado,
o teu corpo, o teu cansaço,
o teu coração apressado,
atropelando o compasso,
quando estamos abraçados.

Transbordam da minhas mãos,
mil anos de sentimentos,
o meu e o teu coração,
cantando na voz do vento,
no vazio da imensidão...

Cabe em minha emoção,
a dor e a delícia do vida,
e o meu desejo pagão,
seguindo atrás do andor,
e a minha alma dividida,
entre o desejo e a paixão
entre razão  e  o amor...

sexta-feira, 1 de março de 2013

Almas misturadas.


Eu desatei as amarras do meu barco, 
e o entreguei, em confiança, ao mar! 
Eu disparei a seta do meu arco, 
E eu libertei a minha alma, em pleno ar... 

Eu me entreguei, ao meu desejo de voar, 
Sobre os abismos das minhas sensações, 
E eu procurei, na magia do luar, 
Alguma luz, para iluminar os meus porões... 

A seta disparada, segue em tua direção, 
Cruzando, sem desvio, o arco do horizonte,
Atingindo o teu peito, e chegando ao coração,
unindo-me a você, com uma invisível ponte... 

Meu barco livre e navegando ao vento, 
Ele cruza, sem medo, o mar da minha mente, 
e a minha alma, em um raro encantamento, 
misturou-se com a tua, definitivamente...