Mas eu, perdida nos caminhos da minha infinita, estranha e solitária alma, eu parei fascinada, diante deste poético olhar masculino. Obrigada, Raul de Leoni, pela tua deliciosa poesia.
Nascemos um para o outro, dessa argila
de que são feitas as criaturas raras;
tens legendas pagãs na carnes claras
e eu tenho a alma dos faunos na pupila...
Às belezas heróicas te comparas
e em mim a luz olímpica cintila,
gritam em nós todas as nobres taras
daquela Grécia esplêndida e tranqüila...
É tanta a glória que nos encaminha,
em nosso amor de seleção, profundo,
que (ouço de longe o oráculo de Elêusis),
se um dia eu fosse teu e fosses minha,
o nosso amor conceberia um mundo,
e do teu ventre nasceriam deuses...
Raul de Leoni

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