sábado, 20 de fevereiro de 2016

Vulcânica!



Às vezes, uma trivial e única palavra, desperta em nós,
múltiplas e inesperadas sensações, porque as palavras tem um incrível poder.
Tem gente que escreve, como se nos desse um soco no estômago. 
Tem gente que escreve como se fosse a explosão de um vulcão. 
Tem gente que escreve, como se fosse uma brisa perfumada, 
aquela brisa entra pela janela, faz flutuar as cortinas, e a gente sorri, sem saber o porquê.
Rindo, eu tropecei, de repente, na palavra "avoluma"
Ao pensar em volume, eu poderia pensar nas claras de ovos, sendo batidas em neve;
na massa pão, macia, elástica, crescendo entre os meus dedos, sob a ação do fermento,
mas não é este o meu temperamento.
Para mim, quando eu penso em volume, eu penso na onda do mar, explodindo nas rochas da costeira,
Eu penso em um tsunami, invadindo o continente, devorando tudo.
Eu penso nas inundações dos rios amazônicos, eu penso
na lava transbordando dos vulcões.
Bem, eu creio que hoje eu estou buscando as minhas definições, as raízes do meu temperamento.
Sim, eu sei que ninguém neste mundo, em sã consciência,  irá se importar
em me conhecer, mas talvez seja interessante eu buscar me conhecer.
Pensando sobre isto, eu acho que a tal palavra "avoluma", foi a mais 
instigante e motivadora para a minha  descrição:

Eu sou um vulcão que ruge e que se inflama,
 enquanto a terra treme, assustada,
eu me elevo, sobre o fogo, e fascinada,
e eu me estilhaço em luz, calor e chama...

Eu sou uma mulher que queima, quando ama,
eu sou um furioso rio, que nada acalma,
um fluxo de lava, que incendeia a alma;
um poema de amor, que se declama...

Enquanto eu alimento esta chama,
 liquefeita, a minha alma se avoluma,
como uma onda, coroada de espuma,
a minha alma transborda e se derrama...


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