Sonhos!

Eu procuro o que a palavra nunca diz,

um lugar que a minha vista não alcança.

Eu só quero, nesta vida, é ser feliz,

com a fé e a inocência de criança...

Eu quero ir fazer festa, lá no céu,

eu quero levar flores na capela,

dar um sorriso para a moça do bordel,

dizer com os olhos o que boca não revela.

Eu espero com a fé de um peregrino,

com um desejo, com uma louca esperança,

eu encontrar o teu sorriso de menino,

e despertar, com meu riso, a vizinhança...

Eu quero caminhar pelas calçadas,

pisando estrelas refletidas nas sarjetas,

com o prazer das nossas mãos entrelaçadas,

e as nossas almas viajando nos planetas.

Eu quero te encontrar no infinito,

fazer amor, nos lençóis da imensidão,

viver enfim, esse sonho que eu acredito,

a vida passa, mas os sonhos ficarão...

Face a face!

Eu me olho, refletida no espelho,

e eu vejo essa estranha criatura,

essa mulher colorida de vermelho,

e esse rosto, que sorrindo me censura.

Quando eu me vejo nesta fria superfície,

eu encontro uma mulher desconhecida,

e nas palavras que você nunca me disse,

eu recebo e eu traduzo  o teu convite.

Como uma chama eu derreto o vidro frio,

como  a fogueira, eu acendo os teus sentidos,

eu te arrebato, neste lindo céu que eu crio,

e eu declaro o meu amor, em teus ouvidos...

Algo em comum, que reúne nesta cena,

duas mulheres que se encaram, face a face.

Elas concordam que viver valeu a pena

quando o acaso decidiu que eu te amasse.

Momento!

Enquanto eu exploro a imensidão do universo,

em um momento de profunda solidão,

eu mergulho em meu mundos submersos,

invadindo a caverna do dragão...

Enquanto eu piso sobre estrelas, descuidada,

enquanto eu ando pela noite, como a lua,
o meu desejo incendeia a madrugada,
com uma  paixão, que é nossa, é minha e tua...

Eu me deito, com você, entre os lençóis,
desta noite, tão longa,  enluarada e fria,
e no silêncio desta noite, estamos sós,
eu e você, e esta nossa fantasia....

Teimosa!

Eu sou uma mulher que pisa em labaredas,

sem medo de queimar a pele, com o fogo.

Eu gosto de morder as frutas mais azedas,

eu gosto de quebrar a regras do meu jogo.

Eu prego a minha fé, na areia do deserto,

eu erro por te amar, e mesmo assim eu amo.

O amor é sempre amor. Não há um jeito certo.

Você não me escuta, e mesmo assim eu chamo.

É preciso coragem, lutando nas trincheiras,

 correndo atrás de um sonho, rasgando o coração, 

você é o meu país, mesmo que não me queira,

você é o meu herói, dos sonhos que virão.

Uma rosa para Nice!

Noite de festa, noite de celebração!

A multidão comemora a liberdade,

ela celebra os novos tempos que virão,

com  alegria, pelas praças da cidade.

Como se Deus, do universo nos ouvisse,

como se antigos e os novo moradores,

nos lembrassem, com a beleza de Nice,

que a liberdade é o troféu dos sonhadores.

Enquanto a noite se desfaz num pesadelo,

e a luz dos fogos ilumina a imensidão,

 o terror, sem ouvir os meus apelos,

mancha com sangue as rodas do caminhão.

Teu sorriso!

Enquanto os homens lutam, em sangrentas batalhas,

enquanto as correntes derrubam a floresta,

eu ando pelas sombras, pisando nas mortalhas,

e a minha esperança, é tudo o que me resta.

Eu luto pela paz, sem fugir da disputa,

eu quero ser feliz, seguindo o meu destino,
cruzando o teu caminho, sorrindo absoluta,
eu sigo, cegamente, o teu riso de menino.

Sem desistir da vida, eu planto a semente.

Depois da longa noite, há de chegar o dia!

Eu penso em você, sorrindo, simplesmente,

e  eu renasço com o sol da tua alegria...

Um pouco de paixão!

É um sonho de amor, é quase uma esperança.

Eu sonho com você, ao longo dos meus dias,

eu giro em teus abraços, no ritmo da dança,

eu beijo a tua boca, em minhas fantasias...

É apenas um segredo, um código secreto,

o amor que eu  criei, num cálculo impreciso,

você é o meu guerreiro, meu herói predileto,

e eu morro de paixão, perdida em teu sorriso.

É apenas a lembrança de um sonho que  fugiu,

é o laço da armadilha, é pura sedução,

é a força e o poder, do olhar que me atraiu,

que me faz desejar, o toque da tua mão...

É quase uma certeza, é um fogo que arde.

uma estranha sensação, é a chave do segredo.

Talvez você descubra, e seja muito tarde,

que a felicidade acorda muito  cedo.

É a noite de insônia,  é a sombra da saudade,

eu rolo pela cama, queimando de desejo,

você é o tsunami, a onda que me invade

e eu sempre me apaixono, toda vez que eu te vejo.

Noite de inverno!

Com muita pressa, o dia foi embora,

e a noite chegou, com seu encantamento,

enquanto a saudade, transborda e aflora,

eu sinto a tua presença, chegando com o vento.

Pisando sobre estrelas,  eu ouço o som do mar,

eu sinto sob os pés, a vida que crepita,

eu sinto novamente, a pele arrepiar,

eu sinto em tua voz, o fogo que me excita

Um mar revolto, o vento no arvoredo,

um tiro ressoando, rasgando a noite escura,

sozinha, eu me protejo, nas sombras do meu medo,

bebendo em tua boca, a água que me cura...