
Nos dias que correm, há fogo pelas ruas,
bombas explodem, há gás lacrimogêneo,
os sentimentos são tão heterogêneos,
a turba passa, e a vida continua...
Nós vivemos em tempos violentos,
os nossos dias são campos de batalha,
e nós andamos no fio da navalha.
ao som das bombas que se espalha com o vento...
Entre os confrontos da guerrilha urbana,
entre o que é, e o que deveria ser,
renasce a minha alegria de viver,
e a minha alma flutua, soberana...
Eu salto do espanto para o encantamento,
eu me exalto, entre a dor e a delícia,
e enquanto escuto a sirene da polícia,
eu protejo este amor, que eu alimento...
Depois de tudo, eu me encanto com a lua,
eu te procuro pela noite, fascinada,
e enquanto eu piso sobre as pedras da calçada,
a minha alma, como os anjos, anda nua...





