sábado, 26 de agosto de 2017

Nunca será você!



Nunca será você,
no outro lado da tela,
no outro lado do rio,
atrás da chama da vela,
atrás de um falso perfil.
Nunca será você,
do meu lado da fronteira,
no fogo  do meu desejo,
no teu sorriso que eu vejo,
na tela, queira ou não queira.
Nunca será você!
Nenhuma simples palavra,
nem um abraço ou um beijo,
nada que eu quero ou desejo,
nem o amor que eu sonhava.
Nunca será você,
verdade que causa dor,
que vem, sem saber por que,
mas sempre será você,
o dono do meu amor.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Furacão!


A tempestade me espreita no horizonte,
o mar se agita e invade o continente,
eu vejo a vida flutuando em minha frente,
eu sinto a morte coroando a minha fronte.

No turbilhão furioso da ressaca,
eu sou um barco perdido na tormenta,
você é  a mão que me apoia e me sustenta,
quando a onda furiosa  me ataca.

Minha cabeça gira como um furacão,
eu sou o vento que provoca a tempestade,
eu tento sempre resistir, em vão,
ao tsunami de paixões que me invade...

E como o vento que sopra em espiral,
eu deixo escombros sobre o chão onde eu piso,
eu só me acalmo quando eu vejo  o teu sorriso,
meu soldado, meu amor, meu General!

sábado, 19 de agosto de 2017

Resoluta e fascinada...


Eu não me rendo àquilo que me dói,
porque eu prefiro é morrer na luta,
porque eu sou a senhora absoluta,
do coração e do amor do meu herói.

Eu não temo a noite, a escuridão,
porque eu tenho o meu sol e a luz da lua,
porque a noite, também, é minha e tua,
quando nós nos amamos pelo chão...

Eu sempre ando sobre as brasas da paixão,
eu não desisto e eu atravesso a fronteira,
desejando que você também me queira,
desejando o morno toque da tua mão...

Sou uma mulher tão cheia de esperança,
com uma alma colorida e iluminada,
uma mulher que sempre luta, e não se cansa,
e segue em frente, resoluta e fascinada...

Incolor!




Gato preto na minha janela.
Manhã cinza, o dia está frio.
No jardim, há uma rosa amarela,
mas o mundo  parece tão vazio.

Chuva fria que escorre no vidro,
da janela envolta na neblina,
há sussurro, talvez um gemido,
no cenário que assusta e fascina.

Há um grito parado no ar,
no silêncio sem cor deste dia,
eu não sei se eu parei de sonhar,
ou se a dor de viver me vicia.

Já não sou a menina que eu era,
e a manhã de chuva me diz,
que o inverno traz a primavera,
e amanhã poderei  ser feliz...

domingo, 13 de agosto de 2017

Solidão!


Eu pensei em escrever algo sobre essa imagem. 
Minha cachorra Lua e eu, em um momento de transbordante ternura.
Então eu me lembrei,  que a Lua morreu.
 Esta lembrança transformou a foto, em um retrato de uma grande solidão.
Eu estou me sentindo sozinha no mundo, hoje.
O mundo ficou vazio, sem você!

A grande solidão!

É como um tsunami que chega de repente,
invadindo o meu peito, como uma inundação,
é a onda que me leva, com a força da corrente,
nas silenciosas praias da grande solidão...

É quase uma tristeza que vem à superfície,
são os meus olhos perdidos na infinita planura,
são os teus pés pisando, o branco da planície,
é o meu  coração, que insano,   te procura...

É um buraco imenso, aberto em minha alma,
é como se faltasse a água, a luz  e o ar,
é uma grande dor, que só você acalma,
é só o teu abraço que pode me salvar...







quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Fruto proibido!




Eu não quero falar daquilo que machuca,
da dor da tua ausência,
do sonho que acabou.
Eu não quero saber do tiro da bazuca,
do avanço da ciência,
e nem saber quem sou.
Eu quero acordar do denso pesadelo,
andar pelos caminhos, sem rumo e sem destino,
pensando em você, talvez eu possa vê-lo,
nas nuvens passageiras, do céu que eu imagino.
Eu não quero chorar o leite derramado,
e nem fechar a porta, que o vento derrubou,
eu quero a esperança, andando lado a lado,
ser a dona da bola, fazer meu próprio gol.
Eu quero semear sementes de alegria,
e me molhar com chuva, voando com o vento,
eu quero renascer, com o raiar do dia,
e viajar na nave estelar do pensamento...
Eu quero resistir, curar minhas feridas,
montar em meu cavalo, em noite de luar,
quero pisar estrelas, viver múltiplas vidas,
viajando no tempo, sem pressa de chegar.
Eu quero, ao final, depois da tempestade,
me encontrar com você, talvez em outra vida,
ser feliz por inteiro, e não pela metade,
morder sem compaixão, a fruta proibida...


quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Leve-me!


Corpo fresco, alma leve!
A vida passa, em um momento breve,
e tudo muda em um breve momento.
Leve-me com você, então!
Carregue-me em teu pensamento,
lave-me, com as tuas mãos.
ande comigo no escuro,
pelos caminhos do vento,
mordendo o fruto maduro
nos paraísos que eu invento.
Eleve-se, em minhas divindades,
inunde-se com os meus afetos,
mergulhe em minha humanidade
e em meus desejos secretos.
Apaixone-se, enfim, pela felicidade.
rompa as fronteiras e a regras,
mergulhe na imensidão,
porque a vida se celebra,
nos  altares da paixão.

domingo, 6 de agosto de 2017

A esperança é uma menina!



Enquanto um menino sujo chora,
e ao seu lado uma menina canta,
no minarete um jihadista ora,
e o terrorista corta uma garganta.

Enquanto o mundo gira, atormentado,
e um combatente atingido tomba,
uma menina anda ao meu lado,
e em seu corpo carrega uma bomba.

Enquanto o céu calmo e estrelado,
enche os meus olhos de estrelas e infinito,
um jovem sírio morre afogado,
foge das mãos do seu pai aflito.

E nesse mundo de iniquidades,
onde é difícil achar esperança,
alguém resiste em meio a tempestade,
e nas ruínas, uma menina dança.




quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Naturalmente!



Meus pensamentos são aves migratórias,
percorrendo o universo, em uma expedição,
é um caleidoscópio girando na memória,
são mensagens cifradas, que vem do coração.

Há rios em meus olhos, correndo sem destino,
meus pés pisam areias, tão brancas e macias,
eu ouço, no escuro, teu riso de  menino,
e as mais lindas palavras, que a minha avó dizia.

Eu sigo as estrelas, que traçam o meu caminho,
eu olho para a lua, e eu vejo o meu guerreiro,
eu sussurro palavras tão cheias de carinho,
e como um cão de caça, eu sinto o teu cheiro

Eu ando pelo mundo, cercada de belezas,
transbordando um amor, que nasceu de repente,
eu sigo cegamente, as leis da natureza,
e eu amo, e eu odeio assim naturalmente...