nesta manhã chuvosa de domingo.
A chuva triste cai, e em cada pingo,
eu vejo o doce olhar da minha avó...
Eu sinto saudade de quem fui, de quem eu sou,
porque eu estou de mim, tão afastada,
eu me perdi em você, nesta jornada,
e você partiu de mim, e não voltou...
Nos vidros embaçados da vidraça,
eu vejo o teu lindo sorriso refletido,
eu sinto, em mim, um desejo que não passa,
eu ouço, ainda, a tua voz em meu ouvido.
O vento fala de você, e movimenta
as bandeiras e as plantas do jardim.
O vento passa e ele traz você para mim,
e me engana com as histórias que ele inventa.
Eu mando notícias de mim, neste momento
tão intangível e presa na fotografia.
meus olhos tristes, sob a chuva fria,
é um recado de amor, e um lamento...
PS: Eu estou na cama, olhando a chuva que cai pela janela. As árvores parecem exaustas e felizes, como uma mulher depois do amor. A chuva é linda, mas ela também traz um toque de tristeza, enquanto ela faz germinar as sementes. Assim é a vida, mesclando tudo, misturando aquilo que é bom com o ruim, para nós escolhermos o que nós queremos.

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