sábado, 24 de fevereiro de 2018

Metamorfose



Eu guardo em mim o mistério da lagarta,
que algum dia será  uma borboleta,
toda surpresa e ansiedade de uma carta,
todo o perfume da modesta violeta.

Eu quero asas, mas morrer não se descarta,
e no milagre, que é a transformação,
eu sou mulher aprisionada na lagarta,
e a borboleta é o meu louco coração.

E no silêncio,  na angústia e solidão,
às  vezes eu sinto que me falta o ar,
sob os meus pés já não há mais chão,
e só me resta  morrer ou voar...

Metamorfose, essa estranha sinergia,
esse processo que liberta quem eu sou,
que me transforma em mulher, nesta magia,
que me faz ser a borboleta que voou.

PS:  Se eu for uma borboleta, o que será você? A minha avó sempre me contava uma história de amor entre uma águia e um golfinho, mas ela sempre me perguntava: onde farão eles o seu ninho? Rindo, eu acho que eu achei uma solução para nós. Borboletas não fazem ninho. 


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