É como o mar, que quando calmo beija a areia,
e se estende como um amplo e azul lençol,
mas se enfurece, como o sangue em minha veia,
e se arrebenta contra as rochas do farol...
É como fosso de um vulcão adormecido,
envolvido em uma nuvem de fumaça,
depois explode, indomável, enfurecido,
como a paixão de um amor, que nunca passa.
É como o fogo, que se espalha com o vento,
é como a água que transborda da represa,
é indomável como a luz e o pensamento,
é como a chama das estrelas, sempre acesa.
Assim é, este amor que me ilumina,
é a carícia, e o punhal que me golpeia,
eu sempre sonho com você, como a menina,
eu sempre vejo você, na lua cheia...
PS: Hoje a lua está quase cheia, e eu estou me lembrando que, quando eu era criança, a minha avó me garantia que um lindo guerreiro morava na lua, e que um dia eu iria me casar com esse guerreiro. Eu sempre ria da história da minha avó, até o dia em que eu conheci você e tudo ganhou o seu valor e a sua importância. Muitas vezes, mesmo aquilo que nos machuca, pode também nos dar prazer. Talvez a nossa história seja assim. Ao mesmo tempo que o teu silêncio me machuca, ele também constrói pontes, amplia o universo. Talvez seja necessário um mundo maior, que se realize a profecia da minha avó.




