quarta-feira, 19 de junho de 2019

Viagem solitária.



É solitária a missão de quem escreve,
de quem fala de amor e poesia,
de quem descobre, ao final do dia,
que  a vida é muito frágil e muito breve.

Para quem sonha não há destino certo,
não há chão firme onde se pise,
nenhum unguento ou elixir que suavize,
a dor de viver em um deserto.

No imenso vazio onde eu flutuo,
nessa minha viagem solitária,
escrever é uma tortura voluntária,
é um secreto prazer que eu cultuo.

Num processo de avanço e de recuo.
a deriva nas ondas do acaso.
a poesia  é o altar onde eu me caso,
no infinito vazio, onde eu flutuo.

PS. Eu escrevo desde menininha. É um ato solitário de falar com o desconhecido.  Eu herdei do meu pai, essa tendência à poesia com rima. Poderia ser pior. Eu poderia ser analfabeta (risos). O meu pai era um camponês semi analfabeto, e ele criava os seus poemas e os declamava com muita graça. 
Rindo, eu acho que eu estou escrevendo uma biografia. Boa noite para você!


Nenhum comentário:

Postar um comentário