quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Passageira!




Entre estrelas, entre nuvens escondida,
caminhando como sombra nas areias,
eu me refaço, mesmo quando dividida,
eu ouço quando o sangue ferve em minha veias.

Eu sou o mundo, entre mundos paralelos,
o vento forte que precede o vendaval,
eu tenho estrelas na sola dos meus chinelos,
eu sou tristeza e ao mesmo tempo carnaval

Estou  cruzando um cenário de arena,
onde lutam  os que não querem morrer,
e os que buscam proteção na quarentena,
mas que não sabem se parar ou se correr.

É um pesadelo, é um medo que angustia,
é uma prisão sem carcereiros ou muralhas,
sou como todos, uma refém da pandemia,
convocada para lutar uma batalha.

Sou passageira como as nuvens que se vão,
eu tenho medo, mas também sou destemida,
sou uma filha da esperança e da paixão,
sutil e frágil, infinita, como a vida.

PS: Passageira, em meu idioma, significa algo que passa rápido, mas também significa uma mulher transportada. Acho que eu estou sendo transportada pelo coronavírus. Nós estamos atravessando um período crítico. Uma aldeia global e sitiada. Sitiada por um vírus, um ridículo pacotinho formado por uma cápsula proteica evolvendo um material genético, que colocou o mundo de joelhos. Contra ele, nenhum poder político, econômico ou militar funciona. Quem sabe eu espanto o cornonavírus com a minha poesia.  ...muitos risos... Desculpe-me, se o meu estado de espírito não está tão elevado hoje. Ainda assim, um feliz Natal! Eu estou aqui, embaixo da árvore de Natal, esperando o meu presente. Você sabe qual é, não sabe? 

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