domingo, 14 de janeiro de 2024

Uma invenção do poeta!

 

Eu tenho uma alma cigana,
mil anos de solidão,
sou quase da espécie humana,
tenho asas de falcão...

Às vezes eu sou a santa,
o anjo da procissão,
alguém que fascina e encanta,
a deusa da sedução...
 
Outras vezes, escondida,
nas pedras de um templo grego,
eu sou a vestal caída,
nas garras de um anjo negro...

Nas catedrais milenares, 
nas pedras gastas da rua,
eu exponho nos altares,
 minha  alma sempre nua.

Eu sou essa criatura,
vivendo uma história sem fim,
eu sei que eu nasci para ele,
e ele  nasceu para mim...

Nos profundos labirintos,
onde mora a minha alma secreta,
ele desperta o que eu sinto,
é o amante e também o profeta.

Ao som de tambores lentos,
ouvindo os sons do passado,
parece que os meus pensamentos
e os dele estão misturados...

E assim, ao final de tudo.
ao fim desta rua quieta,
nós somos um sonho mudo,
a invenção de um poeta...

PS: Eu acredito que nós temos camadas, que se misturam. Nós somos seres complexos, 
e ao mesmo tempo, de uma singela simplicidade. Depois de um longo silêncio,
eu voltei e, por mais que o mundo dê voltas, eu sempre volto para você.
Você é o meu lugar no mundo!

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