segunda-feira, 31 de março de 2025

Semeadora


Apesar de tantas dores,
 eu acho o mundo bonito.
às vezes eu planto flores,
 mas enxergo o infinito...

Apesar de tanto horror,
tanta morte e violência,
eu semeio o meu amor,
sou paz e sou resistência.

Eu caminho neste mundo,
com a coragem dos crentes,
com um respeito profundo,
aos iguais e aos diferentes.

Sem medo de  sentir dores
eu olho esse mundo de frente,
e eu deixo um rastro de flores
pois sempre carrego sementes. 

Sem poder  mudar o mundo
com seus defeitos  infindos
eu semeio coisas lindas,
para o mundo ficar lindo...


Sempre que eu escrevo eu penso no meu pai. Meu pai foi o meu torturador, em minha infância e adolescência. Eu eu nunca superei a mágoa. Eu sempre repito, que uma criança torturada ainda chora em mim, quando eu penso em meu passado. Mas o meu pai me deixou, por herança, esse jeito de falar, com rima é ritmo. Ele era cruel, mas ele era um poeta. Ele era semi-analfabeto, mas ele compunha poesias de memória, e ele declamava e emocionava a sua plateia. Eu acredito que a minha mais poderosa vingança a esta mágoa que ficou, é esta minha imortal alegria de viver. Nenhuma dor, nenhum castigo, nenhuma tortura foi capaz de vencer essa minha determinação, essa minha predisposição para a felicidade. Eu compartilho, com você esse meu teimoso prazer de viver.

domingo, 30 de março de 2025

Retorno!




 Depois de  longa jornada,
não sendo e querendo ser,
deixei de ficar calada
e voltei a escrever...

Pensando em tudo e em nada,
pisando em terreno duro,
eu vejo a curva da estrada,
sinto medo do futuro...

Num mundo tão desconexo,
que marcha rumo ao passado,
não encontro nenhum nexo,
nada é mais certo ou errado...

Voltando ao meu abrigo,
protegendo os meus segredos,
eu me escondo dos perigos,
protejo-me dos meus medos.

Sem nenhuma ideologia,
repleta de ambiguidade,
eu me escondo na poesia, 
dos barulhos da cidade...


Rindo, eu confesso que os fins de domingo me deixam melancólica. Desde quando eu era uma menininha, eu sinto esta estranha melancolia. Já refleti muito sobre o tema,
mas eu nunca consegui entender. Sem alternativa, eu apenas sinto...