Nem sempre eu me reconheço,
no espelho, às vezes me estranho,
eu me enxergo virada do avesso,
diluída na espuma do banho.
Sou um ser esculpido na espera,
fogo ardente que queima em vão,
um inverno sem a primavera,
vento frio em pleno verão...
Às vezes eu cruzo oceanos,
atravesso todas as fronteiras,
eu procuro entre seres humanos
meu amor, a paixão derradeira...
Não encontro na noite infinita,
o teu sorriso, teu rosto querido,
a palavra que nunca foi dita,
a raiz do meu sonho escondido...
Não consigo lidar com a dor,
suportar tanto sofrimento,
é um luto avassalador,
que aumenta com força do vento.
Sufocada, eu fujo com medo,
eu me esqueço das regras da vida,
eu escrevo o meu próprio enredo,
de uma história que nunca foi lida.

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