O mar e o teu sorriso!

É quase uma carícia, a brisa que me leva,
pelas macias praias, de um branco refulgente,
e quando o sol nasce, emergindo da treva,
uma grande alegria, é tudo o que se sente...

E neste paraíso, eu caminho ao teu lado.
entre céus e montanhas, o mar, sem prévio aviso,
 recua, em reverência, num gesto fascinado,
ele se eleva em ondas e imita o teu sorriso...

Eu me deito ao teu lado, na areia branca e fina,
e olhando para o céu, que parece infinito,
eu espalho pelo  ar,  o meu riso de menina
e eu vejo, em tua boca, o meu riso favorito...

Voz do vento!

Segunda feira, sopra um vento frio,

e esse vento que vem pela janela,

quando ele passa, ele me revela,

que eu estou só e que você partiu...

O vento fala de tristeza e de saudade,

mas eu falo de amor e de alegria,

o vento sopra pelas ruas da cidade,

toda a paixão desta minha fantasia.

Quando eu penso que você não vai voltar,

e que eu perdi o amor da minha vida,

eu sinto dor e me falta o ar,

e eu sou, então,  em mil pedaço dividida.

Mas quando eu penso que este amor não morre,

porque ele é muito maior que tudo,

eu me acalmo e o teu sorriso me socorre,

eu canto alto, mas o vento fica mudo...

Simples assim!

 Simples assim!

Eu tenho um sol nascendo, aos meus pés!

É um universo que muda, e serpenteia,

um mundo feito de céu e de areia,

é o mundo de Deus e Ramsés...

Simples assim!

Eu tenho os pés mergulhados em águas claras,

Eu tenho raios de sol, tomando banho,

e, em  um momento de beleza rara,

e eu sinto aqui, esse teu amor estranho...

Simples assim!

Eu me sinto feliz, nesta manhã,

eu beijo, no ar, o teu sorriso,

e não há um deus ou um satã,

que me possa  tirar do paraíso...

Simples assim!

Hoje eu despertei com o som da tua voz,

eu acordei sentindo o teu perfume,

e  neste universo solitário,  somos nós,

toda a delicia  que o amor resume...

Anjos e dragões!

Toda pessoa guarda em si, o mal e o bem,

guarda em si, emoções desconhecidas,

guarda o dragão e o herói, também,

e isto torna as pessoas parecidas...

O que torna uma pessoa especial,

é o poder que ela tem de transformar,

de conduzir e de tornar real,
o desejo que se tem de despertar...

Dormia em mim, uma anciã e uma menina,
alguns dragões, um quase anjo e uma pantera,
e nos conflitos da minha alma feminina,
eu já não sou mais  a mulher que eu era...

Eu tenho flores enfeitando o meu jardim,
onde a menina te espera, na estação,
e aquele amor que você  guardou para mim,
trouxe o desejo e acordou o meu  dragão.

E em meu céu, onde a paixão prospera,
e eu construo  esta ilusão, tão bela,
 você transforma, em um anjo, a pantera,
e como um anjo, eu te espio, da janela...

De olhos fechados

De olhos fechados, eu contemplo um universo,

esse  mundo interior onde eu te espero,

e eu olho para você, neste espelho inverso,

e com convicção, é só você que eu quero...

Eu guardo em meus olhos, um sonho promissor,

e enquanto o meu desejo, desperta e  se derrama

transborda do meu peito, o meu sincero amor,

e explode o coração, em luz, calor e chama...

Este secreto mundo me fascina,

porque é, afinal, o meu avesso,

é o lado invisível, da minha retina.,
e a face mais feliz de um  recomeço...

O vento espalhou!

O vento espalhou o teu cheiro,

e com imenso prazer eu te aspiro,

eu sigo o teu rastro, pelo mundo inteiro,

porque é você  o ar que eu respiro...

O vento espalhou o  teu sorriso,

e fez nascer um desejo repentino,

e eu sorrio e eu vou ao paraíso

navegando em teu  sorriso de menino.

O vento espalhou a tua alma,

e a minha alma se uniu à tua...

É neste encontro  de infinita calma,

 o amor renasce e a vida continua...

Um novo sol!

Hoje, eu acordei sentindo frio!

A manhã  está cinza, o jardim deserto,

meu olhos estão  tristes, o meu é destino incerto,

e o meu pensamento se perde no vazio.

Não há como  esconder, se a noite está em mim,

Não há como eu fugir da dor que me derrota.

Talvez se eu despertasse, com   aves no jardim,

e eu pudesse voar com as asas da gaivota.

Talvez se você lesse as cartas que eu escrevo,

talvez você até  risse, da minha fantasia,

talvez você me amasse, com o amor que eu descrevo,

e se você chamasse, eu não resistiria...

E se você  voltasse, neste momento, agora,

e se você me amasse, debaixo dos lençóis,

talvez você curasse a dor que me devora,

e você me iluminasse com as luz de muitos sóis.

O sol que me ilumina , o sol que me aquece,

não é o mesmo sol que nasce no horizonte.

É  o sol que você traz, é este amor que cresce,

quando você sorri e atravessa a ponte....

O meu silêncio!

Quando eu estou triste, eu fico calada,

em um silêncio absolutamente mudo,

algumas vezes meu silêncio é espada,

em outras vezes, meu silêncio é escudo.

Obstinada, com a concha faz,

eu me fecho em meu silêncio, resoluta.

Algumas vezes, meu silêncio é paz,

em outras vezes, meu silêncio é luta...

Meu silêncio é contundente e sedutor,

e ele revela todo o meu conflito.

Algumas vezes meu silêncio é dor,

em outras vezes, meu silêncio é grito.

O meu silêncio grita e escancara,

porque ele fala o que  a  voz  esconde.

Ele é a minha  expressão mais clara,

e ele te alcança, não importa onde....

Três largos e doces sorrisos!

Três largos e doces sorrisos, 

 podem curar muitas dores,

eles podem criar paraísos,

e desejos promissores....

Três largos e doces sorrisos,

entre o que eu  sou e o que eu penso,

são códigos  imprecisos,

decifrando um amor imenso....

Sorrisos  cheios de encanto,

são flashes  da minha alma,

e os seus efeitos são tantos,

que a tempestade se acalma...

Três sorrisos fascinados,

são as  luzes que  só você  vê

é o perdão para todo o pecado,

e o amor que eu dou para você...

A lua é uma mulher triste.

A lua é uma mulher triste,

que anda pisando em estrelas,

e mesmo sem eu conhecê-la,

a lua  me segue e me assiste...

Eu não sei porque a tristeza,
pela noite de lua persiste,
se a lua tem tanta beleza,
porque  parece tão triste?.

Desde quando eu era menina,
eu amava o guerreiro da lua,
ainda hoje a lua me fascina,
e esse amor ainda continua...

E se eu amo o guerreiro distante,
que cavalga por todas as luas,
talvez ela ame o seu comandante,
e por isso choramos, nós duas...

Cavaleiro errante!

Enquanto eu caminho pela rua,

e o vento frio  sopra e  arrepia,

eu sou banhada  pela luz da lua,

e o teu sorriso me faz companhia...

Eu ouço  passos, e então eu paro,

e eu ouço as batidas do teu coração,

parece loucura esse momento raro,

e eu  ouço até a  tua respiração...

É como um flash, um fugaz momento,
em que a  minha alma foge do meu peito,
e eu passo, linda, em teu pensamento,
e as nossa almas formam um par perfeito.

Percebo, então, que os nossos destinos,

foram cruzados, em algum instante,

eu sou a  mulher ou outro ser divino,

e você é  o meu cavaleiro errante...

Sadness!

Sinto-me nua, sozinha, em plena praça,

sendo o motivo de riso das crianças

e apedrejada pela multidão que passa...

Estou perdida nas brumas, na fumaça,

 eu vejo a vida escorrendo pelo ralo,

e um rosto triste refletido na vidraça...

Eu vejo o mundo cruel e distorcido,

pelas lentes dos meus olhos inundados,

por um olhar desfocado, entristecido...

Talvez fosse melhor eu ter morrido,

porque  eu sei que não há vida sem você,

e eu sei também que o  teu amor está perdido...

Mas há, ainda, um fiapo de esperança,

há uma paixão que renasce todo dia,

há uma um desejo persistente, que não cansa,

que você volte e me devolva a alegria...

Um pouco de tristeza!

Nem céu, nem mar, nem chão!

Apenas a vertigem do vazio,

apenas a noite, o silêncio e a solidão,

e a tristeza correndo, como um rio....

Vira montanha, a dor da tua ausência,

torna-se abismo, o amor que se perdeu,

enquanto  espero por você, com paciência,

meu coração ficou triste e escureceu...

Teimosa!

Minha alegria de viver não morre,

nem quando a dor de viver me alcança.

o teu sorriso, mesmo longe, me socorre,

e eu me sinto inundada de esperança.

Eu canto a vida,  feliz, pelas manhãs,

eu enfrento, sorrindo, os meu dragões,

com fome, eu mordo a tua boca e as maçãs,

com sede, eu bebo um coquetel de sensações.

Eu não desisto! Eu luto e eu tento outra vez!

Eu nunca vou desistir de ser feliz,

porque a ferida que  você me fez,

amanhã será apenas cicatriz...

Eu sou teimosa, uma mula empacada,

Eu mudo o mundo, mas não mudo o meu destino,

Eu sigo sempre  o teu vulto, fascinada,

eu só me rendo ao teu sorriso de menino...

Despedida!

Você já não me ouve mais!

Você não escuta as palavras que eu falo,

talvez porque nós sejamos desiguais,

tristemente, em silêncio, eu me calo...

Você já  não me ouve mais,

você não lê o amor que eu publico,

talvez porque nós sejamos irreais,

o meu coração segue você, e eu fico...

Você já não desperta, de repente,

com as batidas do meu coração,

você já não sorri e já não sente,

quando eu toco a tua alma, com a mão...

Em que momento a aliança se partiu?

Em que momento eu soltei a tua mão?

Eu estou perdida numa vasta imensidão,

e sem você, eu estou sentindo frio...

O que sou eu, afinal?

Eu escrevo desde quando eu era uma menininha, desde quando eu  descobri a magia das palavras.
A palavra é o meu refúgio e a minha arma.
 As palavras se avolumam em minha mente,
 e depois elas transbordam, com  o volume e sonoridade de uma cachoeira,
  inevitáveis como uma avalanche.
As  minhas palavras expressam quem eu sou,
elas dizem aquilo que eu sou,   mas...

O que sou eu, afinal?

A lava incandescente de um vulcão,

o vento que alimenta o vendaval,

um  universo à beira da explosão,
 ou a fúria incontida  do animal?

O que sou eu, afinal?

Uma ave migratória, de passagem,

um sonho, um desejo passional,

o fim e ou começo da viagem,

a guerra ou paz universal?

O que sou eu afinal?
Se tudo me parece irreal,
quando você, meu amor, não está por perto,
se eu evaporo, como a chuva, no deserto,
eu só reflito a luz que incide no cristal...

E o que sou,  para você?
Um delicado gesto de carinho,
um rastro de paixão, que não vê,
o aconchego e a proteção do ninho,
a declaração de amor que você lê?

Quem sou eu, se nesta estrada escura,

eu me perco em minha inquieta mente,

 se nenhuma grade  ou algema me segura,

se eu  me rebelo e eu fujo, simplesmente...

O que sou eu, sem você,
se "você" é a palavra que eu mais amo,
e sem você, de tristeza,  eu me calo,
 e se eu sou tudo aquilo  o que eu falo,
é sempre você que eu declamo...