Fazendo escolhas!

Como todo mortal, eu faço escolhas,

 e eu escolhi caminhar sempre ao teu lado,

olhando o céu e  pisando sobre as folhas,

fazendo planos, como todos namorados.

Dentre todos os caminhos do universo,

eu escolhi caminhar sempre ao teu lado,

pelos meus sonhos, e meus mundos submersos,

pelos meandros dos segredos revelados.

Não me  importa se o caminho é perigoso,

se ele é mais duro do que eu imagino,

se esse caminho me traz você de novo,

se ele me leva de encontro ao meu destino...

Dentre tantos caminhos deste mundo,

eu escolhi o mais longo, e o mais deserto,

eu cruzei  mares  e o vale mais profundo,

só para eu ter o teu amor mais perto....

Quando eu for embora!

Talvez um dia, quando eu for embora,

o teu mundo fique mais vazio,

e você me procure, pelo mundo afora,

e o sol se torne mais sem luz e frio...

Talvez, um dia, quando eu for embora,

as noites de lua já não tenham graça,

a vida morra um pouco, a cada hora,

e a chama da paixão vire fumaça.

Talvez, um dia, quando eu for embora,

não haja amor nos porões da madrugada,

e o sol se esconda, no romper da aurora,

e lua chore, de tristeza, na calçada.

Talvez, talvez, talvez,

as catedrais já não toquem sinos,

e o por de sol perca a nitidez,

e entristeça o teu sorriso de menino.

Talvez, talvez, talvez,

você encontre o sorriso que eu deixei,

e o meu amor reescreva a  sua lei,
e eu volte atrás, e eu te ame, outra vez....

Os cheiros da noite!

A noite é o lugar onde eu te encontro,
é uma dimensão  de sonho e  fantasia,
é onde a tristeza se choca em um confronto,
com lágrimas salgadas e o doce da alegria.

Tem o frescor da noite, guardado em teu sorriso,

há um pouco de doçura em  teu severo rosto,

e eu  sinto nas narinas, o cheiro do narciso,
 eu sinto em minha boca o prazer do teu gosto...

Há um pouco de tristeza, na noite silenciosa,

 e um pouco de saudade, delata a tua ausência.

Eu sinto e me embriago no perfume da rosa,

eu espero a tua volta, com calma e paciência.

O sentido da vida!

São mais do que palavras, esta declaração,

este gesto de paixão, esta dispersão poética,

é a semeadura da minha emoção,

é o amor que ultrapassa o limite da métrica.

É mais do que a expressão da minha fantasia!

É uma inundação, é um mar de sensações,

é a onda que me invade, é a droga que vicia,

é a grande energia que explode nos vulcões..

Assim é esse amor, que derruba as fronteiras,

entre o real e o sonho, a alma e a libido,

porque a vida é um sopro, é nuvem passageira,

porque somente amando, a vida faz sentido.

Um encontro em Palmyra!

Quando séculos, quantos ventos, quantas luas,

contemplaram o esplendor desta paisagem,

quantos pés já pisaram nessas  ruas,

este cenário, que parece uma miragem.

A arquitetura, que os meu olhos admira,

essas colunas esculpidas pela história

eternizam a cidade de Palmyra,

nos arquivos escondidos da memória.

São esses, os lugares tão distantes,

onde viveram tantas civilizações,

onde se guarda os segredos dos amantes,

onde se encontram os nossos loucos corações.

Entre os templos e os palácios de Palmyra,

em uma noite iluminada de luar,

enquanto um anjo, atrevido, toca lira,

você veio, até aqui,  me encontrar...

Só para dizer que eu te amo!

Depois da chuva, a noite tem uma deliciosa frescura e um maravilhoso perfume de alecrim.

 mas a fria brisa de inverno, tem uma certa melancolia..

 Ainda bem que, em algum lugar do mundo, é verão, 

em algum lugar do mundo, o meu pensamento corre, ao lado do teu,

 por uma deserta e branca praia, cheia de sol.

Uma estrelada noite de inverno, 

é um silencioso caminho, por onde eu caminho em tua direção,

 porque onde você está, sempre tem sol.

Nós estamos em opostos hemisférios porém, unidos por uma imponderável ponte.

 São essas inexplicáveis conexões que tornam o mundo tão fascinante. 

 Pilotando a incrível nave do meu pensamento, 

eu estou atravessando as fronteiras entre o teu mundo e o meu,

apenas para eu poder dizer que eu te amo..

Deletérios efeitos do amor!

De repente, nada mais me importa!

Não importa mais nem o medo, o frio, a noite, a morte, a tua ausência.

Não me importam mais  as secretas verdades, ou as mentiras reveladas.

Não me importam mais as pálidas lembranças de quem eu fui,

nem as luas de sangue, emergindo de um negro mar.

Não me importam mais os célebres heróis,

nem os obscuros bandidos.

De repente, não me importam mais os céus estrelados,

os calmos rios de refletem o luar,

nem o mar, furioso, confrontando as rochas.

De repente, não me importam mais as teorias, as tecnologias,

as naves estelares, ou as sondas que rondam as galáxias, as armas de guerra,

ou as propostas de paz.

De repente, nada mais me importa!

Não me importam mais os dogmas, as crenças,

as normas e as leis,

não me importam as fronteiras, os limites e as regras do jogo.

Nada mais me importa, quando eu fecho os meus olhos,

e eu penso em você!

Você e o vento!

Como o vento, você entra pelas frestas,

trazendo as vozes de lugares tão distantes,

trazendo os cheiros e os perfumes das florestas,

trazendo os sons e os sussurros dos  amantes.

Como o vento, que eu não vejo, mas eu sinto,

você me  toca e  arrepia a minha pele,

 e eu me perco na extensão do labirinto,

enquanto o vento e o desejo nos impele...

Como o vento, que agita o mar inteiro,

você me faz navegar em sensações,

  você me arrasta e empurra o meu veleiro,

para o  revolto mar do amor e  das paixões

Anjos e dragões!

Eu me debato em eterna ambiguidade,

entre aquilo o que eu sou e o que eu desejo,

Algumas vezes é um dragão, que me invade,

outras vezes, é como um anjo que eu  me vejo...

E se o dragão representa a libido,

esse energia que arrepia e arrebata,

ele é também um negro anjo ressentido

é um desejo proibido que  me mata.

É sempre assim, entre o céu e o inferno,

que caminha o meu louco coração,

entre o fogo, e a neve do inverno,

entre a paixão e colorido do verão.

Eu não sei muito bem o que se passa,

mas há algo em mim, que me espanta.

Eu sou pura demais para eu ser devassa,

 mas eu sou impura demais, para ser santa.