sábado, 27 de fevereiro de 2016

Os mistérios de um sorriso!



Era somente um rosto que sorria,
era um sorriso, iluminando a rua escura,
era um perfeito retrato da alegria,
emoldurado por um pouco de doçura.

Era somente um rosto feminino,
ancorado na parede do edifício.
Seria ele a indicação de um destino?
Seria um fim, ou apenas um início?

Que segredo guarda um rosto de mulher,
quando, sorrindo, ele envia sua mensagem?
Seria ele endereçado a quem quiser?
Seria ele um requinte da linguagem?

Essa perguntas nem  precisam de respostas,
porque do alto da marquise eu proclamo,
os meus sorrisos, indiferentes às apostas,
 eu envio para o homem que eu amo

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Despedida!



Não há mais esperança, nenhuma luz acesa,
o dia escureceu, a noite me invadiu,
 e enquanto eu me afogo, nas águas da tristeza,
a vida foi embora, levada pelo rio...

Não há mais alegria, o vento já não canta,
meu coração parado, rasgado pela dor,
é um grito sufocado, parado na garganta,
é um animal  ferido, seguindo o caçador

No inferno da cegueira, não há mais sol nem lua,
e o abutre da tristeza,  com fome, me devora,
teus olhos ainda queimam, a minha pele nua,
mas meu coração sabe,  que você foi embora....

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Vulcânica!



Às vezes, uma trivial e única palavra, desperta em nós,
múltiplas e inesperadas sensações, porque as palavras tem um incrível poder.
Tem gente que escreve, como se nos desse um soco no estômago. 
Tem gente que escreve como se fosse a explosão de um vulcão. 
Tem gente que escreve, como se fosse uma brisa perfumada, 
aquela brisa entra pela janela, faz flutuar as cortinas, e a gente sorri, sem saber o porquê.
Rindo, eu tropecei, de repente, na palavra "avoluma"
Ao pensar em volume, eu poderia pensar nas claras de ovos, sendo batidas em neve;
na massa pão, macia, elástica, crescendo entre os meus dedos, sob a ação do fermento,
mas não é este o meu temperamento.
Para mim, quando eu penso em volume, eu penso na onda do mar, explodindo nas rochas da costeira,
Eu penso em um tsunami, invadindo o continente, devorando tudo.
Eu penso nas inundações dos rios amazônicos, eu penso
na lava transbordando dos vulcões.
Bem, eu creio que hoje eu estou buscando as minhas definições, as raízes do meu temperamento.
Sim, eu sei que ninguém neste mundo, em sã consciência,  irá se importar
em me conhecer, mas talvez seja interessante eu buscar me conhecer.
Pensando sobre isto, eu acho que a tal palavra "avoluma", foi a mais 
instigante e motivadora para a minha  descrição:

Eu sou um vulcão que ruge e que se inflama,
 enquanto a terra treme, assustada,
eu me elevo, sobre o fogo, e fascinada,
e eu me estilhaço em luz, calor e chama...

Eu sou uma mulher que queima, quando ama,
eu sou um furioso rio, que nada acalma,
um fluxo de lava, que incendeia a alma;
um poema de amor, que se declama...

Enquanto eu alimento esta chama,
 liquefeita, a minha alma se avoluma,
como uma onda, coroada de espuma,
a minha alma transborda e se derrama...


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Falando do amor!




É como o sol sobre  a duna dourada,
é um selvagem animal, que não se doma,
é um desejo, invadindo a  madrugada,
como os ventos  que vem de Oklahoma.

É como a lua, refletindo nas salinas,
como cavalos, cavalgando a pradaria,
é como jugo de um algoz, que me domina,
é como um anjo vingador, que me vigia.

 É uma ferida que se torna cicatriz,
é tempestade de areia, um furacão,
trilha de lágrima dos índios cherokees,
são como brasas, queimando a minha mão.

São sentimentos que não tem definição,
como esse amor, que eu sinto por você,
são movimentos do desejo e da paixão,
é uma presença, que se sente, e não se vê.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Sem você!




Eu não sei se você existiu, ou não;
se você é  real, enfim, se é um fato,
ou  se é somente  a minha solidão,
aprisionada na moldura do retrato.

Minhas palavras se perdem no vazio,
você se cala, em um  silêncio eterno.
O vento sopra forte, e eu sinto frio,
buscando o céu, eu me perdi no inferno.

Sem você, a minha vida é um deserto,
eu já não sei o que fazer, agora...
Você não está comigo, mas por certo,
você ficou em mim, mesmo indo embora.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Um amor de folhetim!




Andando pela rua, pisando a solidão
os meus passos se perdem, nas brumas da neblina,
e eu sinto renascer, rasgando o coração,
aquele louco amor de Anna Karenina... 

É esse mesmo amor, furioso e onipotente,
que cruza as fronteiras, e as regras da razão,
é a mesma paixão, que a minha pele sente,
é a mesma vertigem, que me turva a visão...

É o mesmo desejo, é um fogo infinito,
é a música que faz girar nossos abraços,
é um sonho, afinal, que eu vivo e eu acredito,
um farol invisível, guiando os nossos passos.

É uma alta energia, é uma mágica ponte,
ligando as nossas almas, com um antigo amor,
são meus olhos que veem, na linha do horizonte, 
o sol do teu sorriso, me enchendo de cor...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Meu reino!




Aqui, o meu coração flutua.
como um solitário barco, a deriva,
como as montanhas, douradas pela lua,
eu me sinto poderosa e  viva...

Aqui, eu espero o meu guerreiro,
em minhas praias de brancas areias,
aqui eu guardo o meu amor, inteiro,
e o teu sangue vem correr, em minhas veias.

Neste lugar, de beleza infinda,
onde o mar faz amor com as areias.
eu espero por você, ainda,
como náufrago espera as sereias...

Este não é simplesmente um lugar.
É o meu reino, é também minha nação,
onde os meus olhos  flutuam, sobre o mar,
e o teu sorriso ilumina a imensidão...




sábado, 6 de fevereiro de 2016

Luz e sombra


Refletidas em teus olhos, as luzes me fascinam,
as sombras me seduzem, e escondem os meus desejos,
as luzes dos teus olhos, me atraem e me ensinam,
o que as sombras escondem, no instante em que eu te vejo.

Eu caminho nas sombras, pisando sobre estrelas,
nas luzes que me guiam, em plena escuridão,
são as luzes e as sombras e você pode vê-las,
em meus olhos abertos, e cheios de paixão.

Se são as luzes quem definem o meu perfil
são as sombras quem definem quem eu sou,
e quando a luz da lua reflete, sobre rio
eu reflito, sorrindo, que  você me enfeitiçou.