Eu sinto em minha pele, o calor do verão,
e a brisa perfumada, que vem pela janela,
tem cheiro de cerejas, de pura sedução,
desejos e pecados, que a noite me revela...
Na linha do horizonte, a imensa lua cheia,
clareia a minha infância, num breve intervalo,
e eu sinto a magia correndo em minha veia,
e eu passo pela noite, montada em meu cavalo.
Sob a luz do luar, na vasta pradaria,
eu cavalgo feliz, os campos e a amplidão,
com o meu sorriso largo, de pura alegria,
eu vejo o teu rosto, nas nuvens que se vão.
Eu tenho as estrelas ao alcance da mão,
eu toco com meus dedos, a luz da super lua,
e assim como o luar, rasgando a escuridão,
eu passo por teus sonhos, fingindo que eu sou tua...
Hoje eu estou impregnada pelas memórias das noites de lua cheia, da minha infância e da minha adolescência. Não havia muito coisa para se fazer, no campo. Por isso, cavalgar em uma cavalo sem sela, em noite de lua, era uma fantástica aventura. Os meus pais tinham um lindo e branco cavalo, que eu montava quando eu ia buscar o gado no pasto. Desde muito pequena eu fazia esse trabalho, e não era uma diversão. Era um trabalho diário. Deste tempo, eu ainda sinto o cheiro do capim, o perfume da uva madura, e das rosas do jardim da minha mãe. Eu ainda vejo o perfil das vacas pastando, assustadas com o meu louco galope pela noite. Eu tive uma infância e uma adolescência muito cheia de violência e sofrimento, mas eu ousei ser feliz. Eu ainda ouso, até hoje.
Neste triste fim de domingo, com uma chuva fria escorrendo na vidraça, eu ainda cavalgo pelas noites de lua cheia da minha infância.
Hoje, a chuva sequestrou a maior super lua dos últimos 70 anos, e eu
somente poderei ver essa lua tão especial, através de fotografias
ou da minha imaginação. Talvez você possa fotografar o encanto da super lua para mim!
Afinal, nada enriquece mais as nossas vidas, do que o encantamento. ...risos...