quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Na rua do tempo perdido



Como deusa eu andei nua,
por onde o tempo passou,
pisando as pedras da rua,
onde  o sonho começou.

Na rua do tempo perdido,
ao lado dos velhos vinhedos,
entre as uvas e os segredos,
meu coração foi ungido.

Por essas ruas antigas,
perfumadas pelos vinhos,
nós caminhamos sozinhos,
ouvindo velhas cantigas.

Sem culpa, medo ou vergonha,
vivendo o tempo presente,
paixão é o que se sente,
pelas rua da Borgonha.

Como deusa eu andei nua,
onde nada faz sentido,
na rua do tempo perdido,
eu descobri que sou tua.

PS: Você sabe que eu tenho paixão por uvas e vinhos, e não existe nada mais mítico no mundo do vinho, do que a Domaine Romanèe-conti, na Borgonha. E como se essa mistica não fosse suficiente, ela ainda fica em uma rua chamada Rue du Temps perdue. Ao ver essa placa nesse muro de pedras, tão antigo, eu senti um nó na garganta. Parece-me que em algum momento do tempo, eu estive com você nesse lugar. Talvez o nome dessa rua seja em nossa homenagem: a rua do tempo perdido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário