sexta-feira, 30 de julho de 2010

CARINHO

Será que você me traria,
(aquilo que sempre me trouxe),
Essa força de leão,
Esse sorriso tão doce...

Será que me emprestaria,
caso não me queira dar,
essa expressão de alegria
que eu não canso de olhar?

Será que não me daria,
Por um momento, um segundo,
O seu abraço gostoso,
O seu amor mais profundo?

Será que me adoçaria,
Com um pouquinho de mel
e me levaria passear
no infinito do céu?

Será que se deitaria
Numa cama de estrelas
E ficaria ao meu lado
Simplesmente para vê-las?

Será que aceitaria
Um tesouro de carinho?
Em troca eu só pediria
Muitos beijos e um chopinho...

FELICIDADE

Felicidade:
Um pouco de silêncio,
Um filho te chamando mamãe
Uma tarde de sol
Uma comida gostosa
Um vaso de flor
Um amor
Um passeio de bondinho
Um carinho
Roupa de bebê
Esperar bebê
Ser gostada
Ser querida
Estar bem vestida
Ir a piscina
Ver da piscina o sol se por
Andar na praia
Quebrar onda
Não ter vizinho enchendo o saco
Não ter cachorro latindo
Ter uma boa empregada
Ter um bom emprego
Não ter problema na justiça
Não ser injustiçado...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ave Maria, Senhora da tarde!




Ave Maria! 
Senhora da tarde de olhar sismarento!
Uma porta se fecha pela mão do vento.
Atrás dela, fecham-se as porteiras e todas as janelas...

Ave Maria! Senhora da tarde tristonha que chora!
A chuva já cai, violenta agora.
Faisca o céu, estremece o trovão,
Quebra-se a árvore que vai para o chão...

Ave Maria! Senhora da noite que bate na porta...
Encolhida de medo estou quase morta.
A chuva parou! Num silêncio profundo,
Uma lua encantada abre as portas do mundo...


(escrito à luz de vela, numa tempestade em Louveira, na minha adolescência)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Muitos procuram espaço para serem vistos, admirados. Buscam audiência. Eu, busco um lugar para ficar só, com os meus pensamentos....

Minha mãos fabricam sonhos

Minhas mãos fabricam sonhos, quando tocam no teclado tecendo palavras, quando empunham o pincel imitando a arte, quando se agarram à vara de pesca buscando o peixe, quando acariam cultivando o amor. Minhas mãos, um pouco gastas pelo uso e pelo tempo, atuam na construção dos meus sonhos, dos meus desejos, das minhas conquistas. Minhas mãos conduziram meus filhos,  plantaram árvores, orquídeas e temperos. Minhas mãos aplaudiram nos momentos de felicidade, contorceram-se nos momentos de dor, desfiaram as contas do rosário num pedido de socorro. Minhas mãos fizeram bolos de aniversário, clicaram fotos, abençoaram, amaldiçoaram. Essas mãos que me conectam, me fazem capaz, me apoiam e impulsionam, ficam abertas, espalmadas, defensivas, num gesto inútil de repúdio à violência.