quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Raízes


Eu estou presa à raiz, 
como a árvore antiga.
Às vezes eu sinto fadiga,
em outras,  me sinto feliz.

Eu estou presa à raiz,
às vezes, na chuva, eu floresço,
às vezes eu sou aprendiz,
da arte do recomeço...

Eu estou presa à raiz,
e no horizonte eu vejo,
o homem que eu sempre quis,
e o fogo do meu desejo...

Eu estou presa à raiz,
também  estou presa a rima,
e quando eu sorrio, feliz,
o vento nos aproxima...

Eu estou presa à raiz,
mas quando a luz me invade,
eu sinto em meu nariz,
o cheiro da eternidade...


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Empréstimo!


O que a vida não me dá,
 a natureza me empresta.
Eu amo tudo o que há,
no coração da floresta.

O som da água jorrando,
nas pedras das cachoeiras,
e o vento sussurrando,
entre as folhas das palmeira...

E sobre os troncos caídos
onde eu me deito, encantada,
os musgos, como tecidos,
me vestem, como uma fada.

Sobre os largos horizontes,
nas teias que a aranha faz,
meu coração ergue pontes,
entre  guerra  e a paz.

O que a vida não me dá,
a natureza me empresta.
Você veio  transformar
toda a  vida que me resta.



sábado, 15 de outubro de 2016

A deusa e a pantera!


No mágico silêncio da floresta,
onde o meu corpo se mistura com a folhagem,
a minha alma, em turbilhão, se manifesta,
na beleza  da soberba camuflagem.

Corre tranquilo, o rio calmo da planície,
rastejando, na floresta, como a cobra,
se o meu instinto paira sobre superfície,
a paixão,  é o alimento que me sobra.

Eu sou uma deusa disfarçada de pantera,
eu sou o espirito  que vaga na paisagem,
eu tenho corpo de mulher e alma de fera,
talvez eu seja só um anjo, de passagem...

Neste silêncio, onde corre a água do rio,
eu escuto a tua voz, e eu estremeço,
eu sinto a pele arrepiar, um calafrio,
e eu não sei se é um fim, ou o começo...

No mágico silêncio da floresta,
onde a minha alma se mistura com a tua,
você é a louca esperança que me resta,
iluminada pelo amor e a luz da lua...


sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Amor matinal!



Corpos que flutuam com os ventos,
tão leves, como a seda das cortinas,
corpos que dançam, em suaves movimentos,
e se misturam, em carícias repentinas...

Bocas que se beijam, de repente,
com a doçura e o gosto da hortelã,
e que traduzem toda a fúria que se sente,
quando o paixão nos acorda, de manhã.

São momentos em que o tempo pára,
quando a razão se rende ao instinto,
é quando esta  sensação,  tão rara,
faz explodir o vulcão, do amor que eu sinto.


Um rio no deserto!






Na insensata história de minha vida,
eu me escrevo,
eu me descrevo,
eu me fotografo,
eu me publico,
eu me declaro,
eu me afirmo,
eu me contradigo,
eu encho a minha taça e eu transbordo...
Eu amo sozinha,
eu sonho sozinha,
eu floresço sozinha.
As flores que  florescem em mim,
os meus sonhos, que criam universos,
e o meu amor que  torna infinita, uma  vida finita,
tudo eu deixei diante das tuas portas fechadas, e  dos teus altos muros.
A cada vez que você  fecha uma porta, para mim,
 um sonho morre,
uma flor murcha
e a vida encurta...
Eu sigo em frente!
Eu sou um caudaloso e solitário rio, correndo em direção ao deserto...
Aos poucos, tudo aquilo que eu sou, evapora!






sábado, 8 de outubro de 2016

Eterna busca!



Eu busco a minha alegria,
 nas coisas simples, concretas,
na estrada de duas vias,
da imaginação dos poetas...

Eu busco a felicidade,
na água que cai do teu banho.
na luz do sol que me invade,
em cada dia que eu ganho.

Eu busco a imensidão,
nas profundezas do espaço,
nos abismos do meu coração,
e em cada gesto que eu faço.

Eu busco a outra metade,
da minha alma dividida,
nas bordas da eternidade,
e nas fronteiras da vida.

Em nesta eterna busca,
pela minha identidade,
o teu olhar me ofusca,
com tanta felicidade...

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O teu sorriso é uma arma! ...risos....


Todas as armas que se usa nas batalhas,
não são capazes de vencer o pensamento,
elas não podem cruzar  nossas muralhas,
nem evitar ou impedir a ação do vento...

Nem as lanças dos antigos cavaleiros,
nem as espadas dos velhos samurais,
nem as armas poderosas dos guerreiros,
nem as garras dos ferozes animais.

Nada é tão letal quanto o sorriso,
que me domina, quando eu olho para você,
que me fascina, como um raio impreciso,
com uma magia que se sente, e não vê...


domingo, 2 de outubro de 2016

Neblina 2.0 (inacabado- talvez nem começado) ...risos...









A neblina apaga a paisagem,
ela faz encolher os horizontes,
ela esconde o destino da viagem,
ela destrói caminhos e ergue pontes.


Caminhar, às cegas, na neblina
é  voar, como as aves migratórias,
e caminhar no céu da alma feminina,
é escrever no ar, nossas histórias...