quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A mulher, a serpente e a maçã



Despertar, todo dia, de manhã,
morder o fruto proibido do pecado,
morder também, a serpente e maçã,
misturando o profano e o sagrado

Enrolar em teu corpo, como a cobra,
deslizar em teu corpo adormecido,
derramar esse desejo que me sobra,
transbordar o tsunami da libido...

Deixar de ser aquele anjo que levita,
uma alma, toda pura e inocente,
para  ser aquela chama que crepita,
a pecadora, que reincide, impenitente.

Deixar de ser aquela estrela guia,
aquela que brilha no céu, indiferente,
para eu  ser a sensação que te vicia,
a mulher, a maçã, e a serpente.

PS: Noite úmida e insuportavelmente quente. Depois de um forte treino, um banho frio no jardim,
é natural que eu me sinta uma mistura da mulher, a maçã e a serpente, especialmente em noite de Halloween. É uma reedição, mas eu gosto desse meu poema.


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