sábado, 22 de abril de 2023

Poentes incendiados

 

Eu vou mudando ao longo da jornada.
Como tudo aquilo que é natural, eu passo por ciclos.
Nas primaveras eu  floresço, 
eu ofereço sombra e perfumes 
e  eu dou frutos.
Nos verões,  eu me deito em  poentes incendiados
e  em areias brancas, sob o escaldante calor do sol.
Em meus  outonos,
 eu me dispo das ideias secas e das emoções que perderam a cor, 
e eu chego ao inverno, 
assim, nua,  para acumular, num ambiente frio e de pouca luz,
todo o esplendor de uma nova primavera.
Eu aprendo,  com os ciclos,
 que só permanece vivo  aquilo que se renova.
Somente conclui uma longa jornada, 
aquele que aceita mudar de rumo,
porque as estradas da vida não são retas...



PS Eu estou vendo um filme, onde se vê, do alto, como um passarinho, a história humana, com seus castelos, suas fortalezas, as marcas de todas as guerras, as grandes obras humanas, as grandes tragédias humanas. Há ciclos de turbulências e de paz. Neste momento, em que eu me aproximo de você, em que eu toco em você, com os imaginários dedos, em que eu beijo você com o calor de muitos sóis, eu concluo que não existe nenhuma história mais bonita do que a nossa história.

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